29 de novembro de 2010

Samba em Prelúdio




Preciso de você, meu poeta. 
Mesmo sem saber rimar.
Mesmo sem querer.
Eu preciso de você.
Sem mais. Sem menos.
Ficaremos bem. 

Dri

Carinhoso - João Gilberto



Meu coração, não sei por quê
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo,
Mas mesmo assim foges de mim.

Ah se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero.
E como é sincero o meu amor,
Eu sei que tu não fugirias mais de mim.

Vem, vem, vem, vem,
Vem sentir o calor dos lábios meus
À procura dos teus.
Vem matar essa paixão
Que me devora o coração
E só assim então serei feliz,
Bem feliz.

Composição: Pixinguinha/ Joao de Barro  


O que dizer?
Tocante.
Me vejo nela... em casa verso!
Essa felicidade tão desejada. Contida.
Ahhh... tu sabes.

Dri

Saudade

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa,
dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que
não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu,
do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida
é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem
se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade,
mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem
vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se
menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe
como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando
num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa
daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista
como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa
daquela mania de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald’s;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer
com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas
que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor
de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro,
e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz,
e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos.
É não querer saber se ele está mais magro,
se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama,
e ainda assim doer…
Saudade é isso que senti
enquanto estive escrevendo
e o que você, provavelmente, está sentindo
agora depois que acabou de ler.

[ Miguel Falabella ]

(...) esse fio fino de arame atravessado na minha testa, de têmpora a têmpora, vibrando sem parar.
É preciso sim ser biônica atômica supersônica eletrônica, vocês pensam que eu sou de ferro?(...)


Caio Fernando Abreu - Creme de Alface

27 de novembro de 2010

Na-morada


Tempos que sei. que não sei.
Queria fazer morada no teu peito.
''Bom dia flor do dia''.
Acho que é isso que preciso. 
A versão concreta da minha imaginação.
O papel principal é teu.
Queria saber do teu peito. Como é a sua versão?
Me conte. Como é a tua morada?
Te quero poeta. [Trans] pirando.
Não quero roteiros, e nem maquiagem.
Cara limpa. Ação. Só.

Dri

Pecado


Pinto meus olhos.
  Grandes e castanhos.
Negro.
Meu olhar e meus pensamentos.
Luxúria insana. quente. 

Comendo cada pedacinho, devagar.
Deliciosamente mais do que preciso.
Farto. Me.

Um bom vinho.
Tinto.

Embriagar-me. de tudo. com tudo.
Controlando o incontrolável.
Cobiçando.
Querer não é poder!

Qual a penitência?
Eu sigo o mandamento!
Amo o próximo. (s)


Dri

16 de Novembro

Um pétala caiu em nossa mesa...

Eu vi. Só eu.

Vejo além. Sempre assim!

Dri

[... E tanto faz, de tudo o que ficou,
Guardo um retrato teu,
e a saudade mais bonita...

Renato Russo]

Joaquim

26 de novembro de 2010


Não há quem não feche os olhos ao comer, não há quem não feche os olhos ao cantar a música favorita, não há quem não feche os olhos ao beijar, não há quem não feche os olhos ao abraçar.
Fechamos os olhos para garantir a memória da memória. 
É ali que a vida entra e perdura, naquela escuridão mínima, no avesso das pálpebras. 
Concentramo-nos para segurar a dispersão, para segurar a barca ao calor do remo. 
O rosto é uma estrutura perfeita do silêncio.
Os cílios se mexem como pedais da memória. 
Experimenta-se uma vez mais aquilo que não era possível. 
Viver é boiar, recordar é nadar.
Escrevo na água, no vento da água. 
O passado sem os olhos fechados é como uma roupa enrugada.
Sem corpo.
Sem as folhas dos plátanos. 


 [Fabrício Carpinejar]

25 de novembro de 2010


"Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso."

(Caio Fernando Abreu)

Divagações

 


como consigo mudar tanto meus pensamentos?
como consigo de forma tão inesperada, mudar os planos de minha vida?

meus planos. planos perfeitos.

 
e eu ainda estou só. já comprei todos os long plays dos artistas que você sempre gostou.

meu bem as vezes diz que deseja ir ao cinema. e se você quiser chorar. chore.


--


me diz por que o céu é azul.


digo.

é azul porque a gente precisa, pequeno, de um ponto fixo na vida.
porque o azul liberta, dá uma sensação de paz. porque, bem, precisamos que ele seja azul.
o castanho, ao contŕario do azul, aprisiona. a tempestade que chega é da cor dos teus olhos castanhos.

que me aprisionam e me libertam. bendita utopia da paixão. queremos que seja assim. precisamos que seja.


teus olhos castanhos. teus lindos olhos. teus olhos de cigana oblíqua e dissimulada. 
(valeu a força, Machado) 
 
 
Leopoldo Bitencourt

24 de novembro de 2010

... à trois

Passeando por aqui...
eu ri.
O amor é ridículo!
Nem eu, nem você? Que pobre isso!

Queira mais... você merece mais.
Eu, você e ele.
Tudo não passou de vontade, de ambas as partes... nada mais.
Você não o cativou.

Perdeu quando fez disso uma competição.
Eu nada fiz...  só quis. E foi recíproco. Você sabe!
Ninguém é de ninguém.
Pense assim..
Será menos doloroso; tantos outros que virão. e irão. (?)
Fique bem!

;*

Dri

21 de novembro de 2010

Janta



Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente por sentir vontade

Eu quis te convencer mas chega de insistir
Caberá ao nosso amor o que há de vir
Pode ser a eternidade má
Caminho em frente pra sentir saudade

Clipes e lápis de cor na minha cama
Todos pensam que estou triste
Vou passear nas melodias e abelhas e pássaros
Ouvirão minhas palavras?
Estaremos nós dois e você e eles juntos?

Pois eu posso esquecer de mim mesmo,
tentando ser todos os outros
Eu sinto que podemos ir embora
Me delicie hoje
Eu te deixo ficar se você se render

Marcelo Camelo


[ Os olhos são indiscretos;
Revelam tudo que sentem,
Podem mentir os teus lábios,
Os olhos, esses não mentem.... ]

Florbela Espanca


Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega.
Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. 
Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. 
Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar.
Deixa. 
Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.



Caio F. Abreu

Odilícia da Terra



Menina bonita bordada de flor,
Menina bonita bordada de flor.
Eu vi primeiro, eu vi primeiro, eu vi primeiro.
Menina bonita bordada de flor,
Menina bonita bordada de flor.
Eu vi primeiro, eu vi primeiro, eu vi primeiro
Todo encanto dessa moça,
todo encanto dessa moça!

Vai ver era só dizer a ela assim:
Moça por favor, cuida bem de mim!


Marcelo Camelo

Dri Bordosa


Durante muito tempo eu tentei entender as coisas do coração...
Bobagem.
Paixão, ciúme, fissura... tudo. eu gosto desse tanto que é amar.
Essa complexidade do sentimento mais simples que existe... o mais natural de todos.
Ninguém sabe nada de mim, eu me escondo bem, atrás dessa faceta de boa praça.
Nem tudo que escrevo, eu sinto... e por aí vai. mentira (?). Talvez... eu minta.
Ando atravessada por emoções... sensações e sentimentos.
De todos os tipos... momentos tristes? Nossa... muitos. Mas não quero falar disso.
Preciso seguir.

Falávamos sobre...? Amor. Ah é.
Sou um móbile solto no furacão.
Essa fama de garota má... balela. Sou uma boboca, intensa, mas boboca.
Me encanto tão facilmente. Amo sem medida.
E amanhã eu mudo de ideia. Acasos... eu adoro isso.
Eu não juro. Não prometo.
Decepções demais.

Então eu me lanço... pago pra ver. Corro o risco.

Apesar de ter aderido ao sobrenome 'Bordosa'. (Rê Bordosa) Um salve!
Eu ainda acredito no amor, não perdi essa doçura 'ainda' (?).
Por ele ... só por ele, eu largaria essa 'Bordosa', que têm me tragado, sextas e sábados.

Boemia, sabendo que andei distante
Sei que esta gente falante vai agora ironizar
Ele voltou, o boêmio voltou novamente
Partiu daqui tão contente
Por que razão quer voltar ?

Nem tão errada assim.
Sinto falta de mim. 
Eiii...
Psiu
Me deixa ser sua?

Realmente sou um móbile de sentimentos!
(claramente nesse texto... minhas oscilações) rs! 


Dri


20 de novembro de 2010



 '' A beleza da mulher deve avaliar-se não pelas proporções do corpo, mas pelo efeito que estas produzem.''

Lambert




'' Sou isso hoje, amanhã já me reinventei.
Sou complexa, sou mistura.
Me perco, me procuro e me acho.
E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar.
Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor.
Ou sou tudo ou sou nada.
Não suporto meio termos. ''

Clarice Lispector
“Não me prendo a nada que me defina.
Sou companhia, mas posso ser solidão.
Tranqüilidade e inconstância, pedra e coração.
Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono.
Música alta e silêncio.
Serei o que você quiser,mas só quando eu quiser.
Não me limito, não sou cruel comigo!
Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato.
ou toca, ou não toca”.


Clarice Lispector

19 de novembro de 2010

Dengo 2

(...)
A sensação do pós.
Olhar bem de perto, sentir ele perto.
Não dá.
Eu jogo a toalha.

Como o grande Paulinho da Viola diz:

Perdi mais uma vez
Agora quero prosseguir em paz
Tanto que falei, lutei
Mas obrigar jamais
Fazer o que eu fiz
Nem adianta contar
Tudo de bom pra você
Eu desejo porque
Sei perder e ganhar
...

Eu o quero tão bem.
Eu nem sabia que era tanto assim.
Sei dos seus amores e desamores. (você me conta as dores de outro amor, se abre e acaba comigo).

Tão politizado, guerreiro.
Líder, isso me atrai.
Pude observá-lo de longe.
Marrento.
Eu gosto. E agora?

Tento não pensar. Consigo.
Dois dias.
Fraca? Pode se dizer que sim.
Eu que sigo o lema, ''permita-se'', tive que me podar.
Passageiro ou não, eu quis. (?)

Sou mulher.
Dengosa. (só com ele).
Controladora, e dura na queda.
Perto dele, tímida!
Como pode ser?!
Me explica por favor.

Me olhando, me desarma.
Sem malícia, me instiga.
Me perdi no seu abraço. Sinto como agora.
Misto de medo e prazer.
Qual o gosto? Qual?
Como boa sagitariana que sou, peco pelo exagero.
Sempre assim.

Amo.
Simples assim. (um simples de cigana, oblíqua e dissimulada).

A Capitu do Bentinho.. e de outros mais. (?)

Dri

17 de novembro de 2010



Meu mundo caiu
E me fez ficar assim
Você conseguiu
E agora diz que tem pena de mim
Não sei se me explico bem
Eu nada pedi
Nem a você nem a ninguém
Não fui eu que caí
Sei que você me entendeu
Sei também que não vai se importar
Se meu mundo caiu
Eu que aprenda a levantar


Maysa

Presença



E no meio de tanta gente, vc.
Sim, verdade seja dita... sol e lua.
Talvez esse seja o  ponto. fraco ou forte.
é.
Silenciosamente, eu sinto.
Sou mesmo toda coração; um desejo diferente. (assim como nós).
Não me envergonho de ser assim, intensa. Tudo e toda!
Não te prometo nada. Nem preciso de promessas.
Preciso da tua mão na minha. Do seu sorriso bem perto.
Seja o que for... sem pressa.


Dri

''Não tens que me prometer a lua, basta se sentar comigo um momento sob ela''.

Clarice Lispector

16 de novembro de 2010



Pai eu te amo muito, sabia?
Eu sei filha;
E você pai, me ama?
E muito.
Sempre vou te levar comigo.
Meu herói. Companheiro.
O meu maior amor é seu. Sempre.
Não preciso dizer mais... vc sentiu. Eu senti.
Carrego teu nome, tua força com orgulho.
Adriana Felix


Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
Você me amou de um jeito tão aflito

Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou pista vazia esperando aviões

Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações.


Vander Lee

14 de novembro de 2010

Escolhas



Era.
Eu pintei tão lindo assim.
Tudo tão desperdiçado, desejos, palavras e encanto. 
Não é mais um lamento, é uma constatação.
Existe quem queira. Essa doçura do querer tão bem. 

Conversas, pessoas perdidas numa noite suja, uma sexta-feira qualquer.
É bem mais que isso, mesa de bar, cervejas e cigarros.
Filosofia.
Pensando bem... é o que eu quero!
Rio do mal-querer.
Ou navego. 
Depende do rio e do riso.

Cogitando possibilidades, as que surgem e as que eu faço.

Dri


Uma moça bonita
De olhar agateado
Deixou em pedaços
Meu coração
Uma onça pintada
E seu tiro certeiro
Deixou os meus nervos
De aço no chão...

Foi mistério e segredo
E muito mais
Foi divino brinquedo
E muito mais
Se amar como
Dois animais...

Alceu Valença

Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.

Cartola

12 de novembro de 2010

É uma dor canalha!

Georgia


"(...)

- Você jura?

- Juro. Deixe ver os olhos, Capitu.

Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada."
Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim.

Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova.
Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca.

Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me.
Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve.
A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno.
Este outro suplício escapou ao divino Dane; mas eu não estou aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos cabelos de Capitu, mas então com as mãos, e disse-lhe,- para dizer alguma cousa,- que era capaz de os pentear, se quisesse.

- Você?

- Eu mesmo.

- Vai embaraçar-me o cabelo todo, isso sim.

- Se embaraçar, você desembaraça depois.

- Vamos ver.

(...)"

"Dom Casmurro" - Machado de Assis

11 de novembro de 2010

Dengosa


Não me venha falar
Na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor
 e a delícia
de ser o que é... 
Caetano Veloso

Poliamor



Coração vagabundo. 
Tomando de assalto.
Tive sorte. Algumas vezes. Tanta... que passou. 
Trevo de quatro folhas. (?)
Estreitando os olhares. 
Jurei que era amor. Como em tantas outras vezes. 
Não me condene.
Poliamor. 
Amores? Mais.
Doses... porções. Todo o tipo. Eu me adapto.
Livre. Meu. Seu.
Jurando e sonhando.
Me comprometendo ou não.
Encontrando e seguindo.
(perdendo?)
Jamais.


Dri

10 de novembro de 2010


Eu conheço o medo de ir embora
Não saber o que fazer com a mão
Gritar pro mundo e saber
Que o mundo não presta atenção
Embora não pareça, a dor vai passar
 
Lembra se puder
Se não der, esqueça
De algum jeito vai passar

O sol já nasceu na estrada nova
E mesmo que eu impeça, ele vai brilhar!

Eu conheço o medo de ir embora
O futuro agarra a sua mão
Será que é o trem que passou
Ou passou quem fica na estação?
Eu conheço o medo de ir embora
E nada que interessa se pode guardar.

Oswaldo Montenegro

Capricórnio


Intensidade.
Sagitário e Capricórnio.
Arrebatador.
Não o sexo, só isso não mata o desejo, por mais que eu tente.
Tua pele, que cheiro bom; me instiga. 

Tua boca. Ah, o seu beijo.
Desejo, sempre. Parece a primeira vez.
Sou sua. Sempre. 

Corpo e alma.
Minha boca é tua.
No teu peito, eu te sinto, te ouço.
Seus olhares. Eu sei o quanto quer.

Acontece o amor. 
Parece um tango, tão sensual e misterioso quanto.
Mútuo.


Dri

Pra vc

9 de novembro de 2010

 
"Repito sempre: sossega, sossega - o amor não é para o teu bico."
 - Esmagou o cigarro, baixou a cabeça como quem vai chorar.
Mas não choraria mais uma gota sequer, decidiu brava. -

Caio F.
' Meu ar de dominador
Dizia que eu ia ser seu dono
E nessa eu dancei!
Quem não tem pra quem se dar
O dia é igual à noite
Tempo parado no ar, há dias...
Calor, insônia , oh! noite.
E eu sou o homem
Que pode lhe dar, além de calor, fidelidade
Minha vida por inteiro eu lhe dou.'
    
[Djavan]

Deu pra ti

Eu queria que ele viesse. Penso tanto que quase acontece.
Eu pedi.
Talvez.
Insisto, quase desisto. Esse 'quase' têm me perseguido.
Vontade. É isso que impede o meu mundo de ser cor de rosa.
Nem disfarço mais, mesmo se tentasse, não conseguiria. Minha alegria dá pra ver.
Eu vejo nos olhos dele. Eles não me dizem, nem sim, nem não!

Ele não é desses. (disse pra uma amiga).
Nessa mesma noite, uma conversa me alertou. Vi o ''mais''.
Enfim...

Ele não cabe em mim. Ou o contrário. Tanto faz.
Raro eu assumir. Preciso é sumir com isso. Habilidade que não possuo.
Eu queria seu colo. Não peço mais.
Deixa estar.
Eu não sei falar. Sou boa demais pra isso. Prefiro sentir.

Nosso 3x4 na carteira... quiçá.

Dri

'Talvez a gente esteja no mundo para procurar o amor, encontrá-lo e perdê-lo, muitas e muitas vezes. Nascemos de novo a cada amor e, a cada amor que termina, abre-se uma ferida. Estou cheia de orgulhosas cicatrizes.'

[Isabel Allende]

6 de novembro de 2010

Diariamente

Frio. Brasília gelada.
Cobertores me convidam para um chamego. Não posso. Sou a mulher da casa, por uns dias.
Não é fácil não. Ontem eu e Carlinhos fomos ás compras. Congelados, miojos e refrigerantes de maçã.
Vivo reclamando das gargalhadas escadolosas dele. Da TV no último volume, que minha mãe jura estar assistindo, mesmo de olhos fechados,(dormindo mesmo). E do meu pai me chamando a cada cinco minutos.
Hoje tá um silêncio que dói. Nem música. Nem nada.
Sozinha.
Torcendo para que retornem... nossa bagunça acolhedora.
 Volto logo, amorzinho.

Dri

Nem

O amor não é justo. Nem eu.
O amor não é belo. Nem eu. 
O amor não é recíproco. Nem eu
O amor não é paciente. Nem eu.
O amor não é entendido. Nem eu.
O amor não é necessário. Nem eu.
Eu te amo.
Daí a resposta:
Nem eu.

Dri

4 de novembro de 2010

Breve



Quem disse que seria fácil?
Essa mania que tenho de potencializar tudo. Quando digo tudo, é.
Alardeando sentimentos. Dentro de mim, a Babilônia.
Breve? Como se entende isso?
Quando se quer pra ontem.
Alguém me disse pra eu não ouvir tantas músicas de amor. Isso trava combate com a realidade.
Como pode? Ouço Chico, Cartola, Maria Bethânia, sabores e desabores, melancolia. Combate fajuto.
Eu não estou apaixonada! E nem poderia.
É. (subentendido)
Não é a primeira vez; como somos parecidos.
Amores tristes, complicados, não. Não quero. Obrigada.
Quero que seja doce.
Paciência.

Dri

Como Cazuza:

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida...
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia.

2 de novembro de 2010