9 de junho de 2011



Unhas descascadas 
de mágoa 
numa agonia 
de tanto tempo 
e tanto faz
dedos em forma 
de falos já afastados
que ascenderam
aceleraram
e hoje não passam
de quarto fechado
mãos mudas
quase mortas 
caladas por calos 
invisíveis 
e vidas indivisíveis
pulsos frágeis
braços frígidos
ombros frouxos
tronco em fastio
todo um corpo
acometido de corpos 
vazios.




PAULA TAITELBAUM

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